O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
— Fernando Pessoa
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda
É como um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda.
O que me falha ou finda
É como um terraço
Sobre outra coisa ainda
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
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– Poesia, de onde tu vens?
– Isso somente tu sabes.
– Do coração?
– Provavelmente não, pois o coração às vezes chora, entristece, desvanece. Mas a poesia, a poesia és linda, plena, em cada palavra, em cada verso, tudo se completa.
— (willian r)– Isso somente tu sabes.
– Do coração?
– Provavelmente não, pois o coração às vezes chora, entristece, desvanece. Mas a poesia, a poesia és linda, plena, em cada palavra, em cada verso, tudo se completa.